Olfato o sentido da sobrevivência.

De todos os nossos cinco sentidos principais, o olfato é o único que pode ser chamado de sentido da sobrevivência. O bebê ao nascer, todos nós já passamos por isso, não enxerga nitidamente, não ouve perfeitamente e muito menos fala ou tem o paladar de forma apurada.

Mas na contramão disto tudo é por meio do olfato que ele identifica sua mãe e também a sua fonte de alimentação primordial.

Outra forma de perceber o olfato como sentido de sobrevivência é nos imaginarmos entrando em um local fechado - nossa casa ao retornar de uma saída, por exemplo - e ali ao chegarmos detectamos um cheiro estranho e identificamos que é gás. E é essa identificação por meio do olfato que nos fará tomar medidas de proteção, não acender as luzes, abrir as janelas e também cobrir as fontes de respiração, boca e nariz para não vir a inalar excessivamente tal gás, assim sendo a capacidade de sentir cheiros e interpretá-los nos ajuda a decidir se algo é seguro, nutritivo, perigoso ou até mesmo mortal.

Incrível como olfato nos auxilia em muitas outras situações do dia a dia, mas que pouco prestamos atenção em suas potencialidades. Mas isso tem um porquê: a medida que nos desenvolvemos, seja por métodos de ensino convencionais ou mesmo culturalmente, apenas alguns sentidos como os audiovisuais são estimulados (atualmente até bombardeados) continuamente, fazendo com que tanto paladar quanto o tato e o olfato fiquem em segundo ou mesmo terceiro plano e não sejam também “alimentados” devidamente e isso é muito ruim, até mesmo para a saúde e as emoções, pois gera sobrecarga nos outros sentidos e não nos desenvolve integralmente.

O meu convite hoje para você é estimule seu olfato! Ao sentir um cheiro bom ou ruim, que seja, busque na sua memória associações: o que te lembra? Uma situação? Uma pessoa? Como você descreve aquele cheiro? Detalhe melhor para você e abasteça seu banco de informações de referências olfativas. Este é um exercício que fortalece a memória de forma geral e desenvolve o seu olfato recheando seus dias com informações que alimentam os sentidos, aliviando a sua mente e tornando sua vida com mais percepções sensoriais . Experimente!

Este artigo foi publicado no Jornal Gazeta do Sul – RS em21/09/2024