Funcionário, empregado ou colaborador?
Reflexões sobre o verdadeiro papel do Capital Humano dentro das corporações.
Aline Maliuk
5/29/20253 min read
Apesar de ser algo que divide opiniões e conceitos, particularmente vejo essas terminologias vazias em si de sentido e que tudo pode ser definido e de uma forma mais recheada de valores quando entendemos melhor o verbete trabalhador. Sabe por quê? Vou compartilhar essas reflexões com você.
Talvez neste momento você esteja pensando que enlouqueci ao dizer isso devido ao que carregamos cultural e tacitamente pela nossa colonização com raízes romanas que ocidentaliza o trabalho como sinônimo de castigo, tortura ou algo similar a isso. E caso você decida parar de ler aqui. Está tudo bem!
Mas caso tenha continuado é exatamente aqui que cabe uma reflexão mais profunda para pessoas e empresas de como enfrentamos a necessidade em si de nos expressarmos por meio de feitos durante a vida, afinal todos deixamos marcas, essência e reticências.
Sabemos que a questão de funcionário, empregado ou colaborador tem em si uma diferença muito mais conceitual e filosófica do que propriamente no sentido funcional e que ao mesmo tempo apenas representam momentos da história, da economia e mais recentemente questões legais que foram incorporadas às terminologias que no fundo sempre representaram a mesma coisa – o capital humano – a mão-de-obra e como ela é vista nesses diferentes momentos.
Analisando esses três verbetes podemos dizer que pela visão segmentada e industrializada no pós Revolução Industrial, um funcionário só funcionava de fato, inclusive incorporando-se à máquina, Chaplin que o diga ao se tornar parte dessa engrenagem, despido de seus desejos, vontades e propósitos e sem saber de qual todo fazia parte, inclusive é por isso que ele sai ileso. Em contrapartida de forma simples e com base história podemos dizer que emprego, por sua vez é fonte de renda – aquilo que garante certo montante no fim do mês e que você sabe que estará lá. Já trabalho pode ser visto como fonte de vida (no sentido de estar vivo para executar) e prazer com raízes gregas nesta origem do trabalho.
Emprego é aquilo que por você ocupar um cargo com funções paga suas contas. O trabalho por sua vez, leva sua essência que embora invisível está carregada de um senso de pertencimento, pois você reconhece o seu papel, sabe o que faz e para que faz e também tem consciência de como o seu desempenho como pessoa e trabalhador impacta na conclusão de todo o processo, produto ou serviço e está dentro de um entregar maior do que apenas a função. O empregado age no automático. Muitas vezes faz de qualquer jeito, se der tempo deu, com gasto excessivo de material e por aí vai.
Se for empregado ou funcionário público (inclusive aqui surge outro segmento ‘servidor’ mas isso fica para outra análise) então, sabemos como é na maioria das vezes, sublinho aqui uma questão - caso, esta pessoa não veja no seu emprego também o seu trabalho – e assim sendo ela só funciona no automático, se acomoda, exatamente por estar empregado, apenas; afinal no fim do mês, o seu está garantido.
Logo, para que você que “só é” ou só se vê como um empregado ou funcionário vai colaborar com algo maior? Por que, neste contexto, vou gostar de produzir voluntariamente a cidadania organizacional se nem você sabe o porquê está ali?
E é levando tudo isso em conta que tanto empresas como promotoras de ambientes de trabalho e pessoas sem saber qual o seu trabalho na vida devem parar e refletir qual rumo, essência e reticências querem deixar e estão deixando na sua própria vida e na vida de outros e nos seus relacionamentos. Pois viver é relaciona-se.
Não encare a reflexão como tempo perdido, mas como uma forma real, consciente e voluntária de se achar, de não viver no automático ou de existir porque você foi colocado no mundo, mas como uma forma de se posicionar pelo trabalho que oferece, no caso das empresas por meio dos ambientes de trabalho que oferece valorização e relações mais humanizadas e isso vai além de apenas se referir ao trabalhador como colaborador.
Afinal se não há toda esta construção que passa pelo pensamento pessoal ou por um processo de psicoeducação estratégica e que na outra ponta se torne parte dos valores da empresa não existe a possibilidade de se colaborar com algo que você não se sente pertencente ou que não se tenha clareza do seu papel.
E é apenas quando você entende a função do trabalho na vida que você irá ocupar de forma consciente o seu papel, a sua função, saber que tem direitos, sim, mas também e principalmente responsabilidades e deveres, pois só assim se reconhece o sentido pleno estrutural do ser e não apenas do ter cargo, função ou emprego mas que isso traga prazer, alegria e conquista para sua vida.
Isso vale para todos: pensantes, empresários, empreendedores, servidores públicos, para todos que a partir de agora reconhecer o poder de um trabalho bem feito.
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